Ao contrário do que afirmou a crítica, a peça em questão não se trata de um monólogo, mas sim de um verdadeiro diálogo, onde a plateia tem voz e voto em momentos cruciais. A tese apresentada é de que a alma possui uma estrutura dialogal, falando consigo mesma ao se dirigir ao outro e vice-versa. Isso nos leva a refletir sobre a existência de diálogos que funcionam como monólogos, onde as palavras são trocadas, mas as posições não se alteram de fato.

Recentemente, a renomada Clarice compartilhou sua experiência ao participar da peça, destacando a importância de se conectar com o texto e a dança da Alma para se apresentar de forma atualizada. Ela aborda o tema da memória como um afeto composto por inúmeras partículas atemporais, destacando a complexidade desse processo. A peça, embora aborde temas eruditos e filosóficos, tem conquistado um público diversificado, demonstrando o desejo por conteúdo de qualidade em nossa cultura.

É interessante notar que, apesar do sucesso da peça, ela é classificada como “não-recomendável para menores de 18 anos”. Isso se deve ao vocabulário elegante e ao conteúdo inteligente apresentado, sem apelar para obscenidades ou palavrões fáceis. A experiência proporcionada pela peça é formativa e enriquecedora, algo que poderia ser benéfico para um público mais jovem.