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Silent Hill 2 salvou a Bloober Team? Cronos: The New Dawn decepciona e reacende o medo

  • setembro 3, 2025
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A Bloober Team, conhecida por seus jogos de terror com narrativas psicológicas densas, recebeu a missão de recriar Silent Hill 2, o que inicialmente gerou desconfiança. Afinal, a

Silent Hill 2 salvou a Bloober Team? Cronos: The New Dawn decepciona e reacende o medo

A Bloober Team, conhecida por seus jogos de terror com narrativas psicológicas densas, recebeu a missão de recriar Silent Hill 2, o que inicialmente gerou desconfiança. Afinal, a desenvolvedora vinha de uma série de títulos de terror mal executados. No entanto, o remake de Silent Hill 2 se mostrou um ponto de virada, expandindo a obra original com respeito à atmosfera e narrativa. Mas será que a Bloober Team consegue criar algo original de qualidade? “Cronos: The New Dawn” seria o teste de fogo, mas infelizmente, o resultado é bem decepcionante.

Tiros e (Poucos) Sustos: A Jogabilidade de Cronos

Em “Cronos”, a Bloober Team tenta algo diferente, abandonando o estilo de “walking simulator” com elementos de terror e investindo em um shooter em terceira pessoa que lembra “Dead Space” e “Resident Evil 4”. Controlamos protagonistas com armaduras e precisamos gerenciar recursos como munição, o que adiciona uma camada de tensão interessante. A ideia é boa, mas a execução deixa a desejar.

A transformação para um jogo mais “gamey”, embora seja uma melhoria em relação à caminhada tediosa, é pouco mais do que uma atualização teórica. O tiroteio, por exemplo, é totalmente irritante por uma infinidade de razões. A maioria das armas pode atirar normalmente ou ser carregada para mais força, mas apenas a última parece realmente causar algum dano notável. Órfãos, os monstros pegajosos de Cronos, resistem aos golpes com uma frequência alarmante — levando a muitos tiros baratos — e quase não reagem a nada além de um tiro energizado na cúpula ou no peito. Ter que acumular energia para cada tiro parece que semearia tensão, mas não o faz. Inimigos esponjosos que ignoram os golpes desempoderam os jogadores, fazendo-os se sentirem fracos.

Cadê o Medo? A Falta de Tensão em Cronos

O combate de “Cronos” peca pela falta de identidade e pela ausência de um sistema de “sustos” eficiente. As criaturas são genéricas e pouco ameaçadoras, e os jump scares são previsíveis e baratos, como aqueles flashes repentinos na tela com gritos altos. Chega a ser frustrante, já que outros jogos do gênero, como “Alan Wake 2”, conseguem criar momentos de tensão muito mais eficazes.

Para piorar, o jogo não explora o potencial da mecânica de fusão de inimigos, que seria o diferencial de “Cronos”. A ideia de que os inimigos podem absorver habilidades de outros corpos próximos é interessante, mas raramente acontece e não causa o impacto desejado. Parece que a Bloober Team teve medo de ousar e criar algo realmente original.

Estética e Narrativa: Uma Mistura Confusa

Apesar dos problemas na jogabilidade e no terror, “Cronos” acerta na estética. O visual futurista com toques retrô, remetendo aos anos 80, é interessante e cria ambientes visualmente atraentes. A trilha sonora, com sintetizadores que misturam o creepy e o nostálgico, também contribui para a atmosfera do jogo.

No entanto, a narrativa de “Cronos” é fraca e cheia de clichês. O jogo tenta abordar temas como individualismo e coletivismo, mas a mensagem final é confusa e até mesmo problemática. Em vez de oferecer uma reflexão profunda, “Cronos” se perde em um cinismo superficial e em reviravoltas desnecessárias na história.

Bloober Team: Redenção ou Recaída?

Depois do sucesso do remake de “Silent Hill 2”, muitos esperavam que a Bloober Team finalmente tivesse encontrado seu caminho. No entanto, “Cronos: The New Dawn” mostra que a desenvolvedora ainda tem muito a aprender. O jogo é uma mistura de ideias mal executadas, com um combate frustrante, sustos baratos e uma narrativa confusa. Parece que a Bloober Team voltou a cair nos velhos vícios, e o futuro da desenvolvedora no gênero de terror permanece incerto.

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