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“Sátántangó”: Uma Odisseia Cinematográfica de 7 Horas que Vai Te Perturbar (e Você Vai Amar)

  • setembro 5, 2025
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Prepare-se para uma imersão profunda no existencialismo! “Sátántangó”, do mestre húngaro Béla Tarr, não é apenas um filme, é uma experiência. Com suas sete horas e meia de

“Sátántangó”: Uma Odisseia Cinematográfica de 7 Horas que Vai Te Perturbar (e Você Vai Amar)

Prepare-se para uma imersão profunda no existencialismo! “Sátántangó”, do mestre húngaro Béla Tarr, não é apenas um filme, é uma experiência. Com suas sete horas e meia de duração, prepare-se para testar seus limites de paciência, mas prepare-se também para ser recompensado com uma obra-prima que te fará questionar tudo. Se você acha que encarar “O Senhor dos Anéis” estendido é um desafio, espere até mergulhar nesse tango sombrio!

A trama labiríntica de “Sátántangó”

Baseado no romance de László Krasznahorkai, a trama segue os moradores de uma vila húngara pós-comunista, um lugar onde a esperança parece ter sido banida. A história se desenrola em torno de um golpe planejado para roubar o dinheiro da cooperativa local, mas a chegada de um homem misterioso chamado Irrimiás, tido como morto, complica tudo. É uma narrativa intrincada, contada sob múltiplas perspectivas, que se entrelaçam como os passos de um tango macabro.

O “Slow Cinema” e a contemplação da miséria humana

“Sátántangó” é um expoente máximo do “Slow Cinema”, um estilo que prioriza a contemplação e a imersão em detrimento do ritmo frenético de Hollywood. Tarr nos convida a observar a vida em sua forma mais crua e desoladora, sem desviar o olhar dos aspectos mais sombrios da natureza humana. É como se ele quisesse nos forçar a sentir cada segundo daquele sofrimento, cada gota de desesperança.

Estética e a atmosfera opressiva

As longas tomadas e os cortes mínimos são marcas registradas de Tarr, criando uma atmosfera hipnótica e opressiva. A cena de abertura, com oito minutos de um rebanho de vacas vagando, já te prepara para o que está por vir: uma jornada lenta e implacável pela miséria humana. A fotografia em preto e branco, com sua paleta de tons acinzentados, reforça a sensação de desolação e desesperança.

A crueldade como parte da vida

Diferente da violência estilizada de diretores como Quentin Tarantino, a crueldade em “Sátántangó” é sutil, insidiosa, parte integrante da vida cotidiana. É a traição, a indiferença, a exploração, a desesperança que corroem a alma dos personagens. Tarr não precisa mostrar cenas explícitas para nos chocar, ele nos confronta com a banalidade do mal.

Por que assistir a essa tortura cinematográfica?

Se você é fã de diretores como Andrei Tarkovsky e Ingmar Bergman, “Sátántangó” é um prato cheio. É um filme que te desafia, que te incomoda, mas que também te recompensa com uma experiência estética e intelectualmente estimulante. Prepare-se para questionar seus valores, suas crenças e sua visão de mundo. E quem sabe, talvez você até encontre beleza na miséria.

Onde encontrar essa “jóia rara”?

“Sátántangó” está disponível para streaming no Kanopy (nos EUA). Se você tiver acesso, não perca a oportunidade de embarcar nessa jornada cinematográfica única. E se você não tiver, vale a pena procurar outras formas de assistir a essa obra-prima. Afinal, algumas experiências valem o esforço (e as sete horas e meia).

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