Se você, assim como eu, adora ser surpreendido por um ator que parece camaleão, prepare-se para Paul Walter Hauser. Conhecido por papéis hilários em comédias como Stingray em
Se você, assim como eu, adora ser surpreendido por um ator que parece camaleão, prepare-se para Paul Walter Hauser. Conhecido por papéis hilários em comédias como Stingray em “Cobra Kai” da Netflix e o cara das toupeiras em “Animais Fantásticos”, Hauser provou que tem muito mais a oferecer. Em “Richard Jewell”, dirigido por Clint Eastwood, ele entrega uma performance dramática que deixou muita gente de queixo caído. E olha que o filme ia ser com o Jonah Hill!
“Richard Jewell” reconta a história real de um segurança que virou herói e, logo em seguida, vilão aos olhos do público e da mídia. Durante as Olimpíadas de Atlanta em 1996, Jewell identificou uma bomba no Centennial Park, salvando inúmeras vidas. Mas, como nem tudo são flores, ele logo se tornou o principal suspeito do FBI, que o via como um “seeker de atenção”. A vida de Jewell virou um inferno, com a mídia o massacrando sem dó nem piedade.
Diferente de outros filmes sobre crimes reais, “Richard Jewell” vai além das manchetes sensacionalistas. Eastwood, conhecido por seus filmes focados em personagens, explora a vida pessoal de Richard, sua relação com a mãe e o impacto psicológico da perseguição que ele sofreu. É como se “Richard Jewell” fosse uma mistura de “A Troca” (outro filme de Eastwood sobre injustiça) com “O Lobo de Wall Street”, mas sem a parte da farra e com muito mais drama.
Hauser está simplesmente incrível no papel de Richard Jewell. Ele abandonou o lado cômico e se entregou ao personagem, capturando seus trejeitos, sua fala e sua personalidade complexa. É impressionante como ele consegue transmitir a ingenuidade e a determinação de Jewell, um cara que só queria fazer o bem, mas que acabou sendo massacrado por isso.
A relação entre Richard e sua mãe, interpretada por Kathy Bates (que inclusive foi indicada ao Oscar por esse papel!), é um dos pontos altos do filme. A química entre Hauser e Bates é palpável, mostrando o amor e o apoio incondicional que existia entre eles. Além disso, o filme faz uma crítica contundente ao jornalismo sensacionalista e à sede por notícias a qualquer custo. Olivia Wilde interpreta uma jornalista que, segundo o filme, chega a trocar favores sexuais por informações. Essa representação gerou polêmica, com algumas pessoas questionando a veracidade dos fatos.
Se você gosta de filmes que te fazem pensar, sentir e questionar, “Richard Jewell” é uma ótima pedida. Além de ter uma história envolvente e atuações impecáveis, o filme levanta questões importantes sobre a presunção de inocência, o poder da mídia e a busca por justiça. E, claro, é uma ótima oportunidade de ver Paul Walter Hauser brilhando em um papel que foge do clichê. “Richard Jewell” está disponível para aluguel ou compra em diversas plataformas de VOD.
