Prepare sua xícara de chá e embarque em uma jornada cinematográfica inesquecível! “O Sabor do Chá” (2004), do mestre Katsuhito Ishii, é daquelas raridades que te abraçam com
Prepare sua xícara de chá e embarque em uma jornada cinematográfica inesquecível! “O Sabor do Chá” (2004), do mestre Katsuhito Ishii, é daquelas raridades que te abraçam com a suavidade de um sonho. Uma pérola do cinema independente japonês que, acredite, merece toda a sua atenção. Prepare-se para uma experiência surreal, divertida e profundamente humana. E olha, com 100% de aprovação no Rotten Tomatoes, a gente já sabe que coisa boa vem por aí!
Situado na pacata Tochigi, acompanhamos a família Haruno em suas jornadas individuais. Longe de tramas mirabolantes, o filme nos convida a apreciar o ordinário: conversas à mesa, o frio na barriga do primeiro amor e a redescoberta da paixão pela arte. É como espiar um álbum de fotos de uma família que, apesar de peculiar, poderia ser a sua.
A pequena Sachiko é assombrada por uma versão gigante de si mesma. Quem nunca se sentiu assim, intimidado pelas próprias inseguranças? Para mim, essa representação visual do medo de crescer é um dos pontos altos do filme. Lembra um pouco as sombras expressivas de “A Viagem de Chihiro”, mas com um toque ainda mais introspectivo.
O irmão mais velho, Hajime, vive a paixão platônica da adolescência. Suas fantasias e dilemas são retratados com um humor agridoce que me fez reviver meus próprios “crushes” da época do colégio. É engraçado como o filme consegue transformar o banal em algo tão universal e emocionante.
A mãe, Yoshiko, busca resgatar sua antiga paixão pela animação. Sua luta para equilibrar a vida doméstica com seus sonhos criativos é um retrato honesto dos desafios enfrentados por tantas mulheres. A animação que ela desenvolve se torna uma poderosa metáfora de auto-redescoberta. Me lembrou um pouco a vibe de “Ponyo”, com aquela celebração da criatividade e da liberdade.
O tio Ayano, um produtor musical em crise, traz um toque de melancolia e reflexão. Suas histórias do passado nos fazem questionar as escolhas que fazemos ao longo da vida. E o vovô Akira? Ah, ele é a personificação da alegria! Suas excentricidades e vitalidade injetam uma dose de otimismo e nos lembram de nunca perder a curiosidade.
“O Sabor do Chá” é um filme sobre aceitação, sobre encontrar beleza nas pequenas coisas e sobre ter coragem de ser você mesmo. Katsuhito Ishii nos presenteia com uma obra visualmente deslumbrante, que nos convida a desacelerar e apreciar cada detalhe. Se você busca um filme que te toque na alma e te faça refletir sobre a vida, essa é a escolha certa. Prepare o chá, aperte o play e deixe-se levar por essa experiência inesquecível!
