Se você é fã de Jurassic Park, sabe que o charme da franquia sempre esteve nos personagens. Cientistas ambiciosos, teorias mirabolantes e decisões desastrosas faziam parte do pacote. Mas quando a saga evoluiu para Jurassic World, nem todos os retornos foram bem-sucedidos. Trazer de volta nomes importantes para o sucesso original parecia uma ótima ideia, mas alguns acabaram diluídos ou completamente irrelevantes. É frustrante ver personagens que antes se destacavam por adicionar tensão, humor e inteligência à história, reduzidos a meras participações especiais ou transformados em algo que nunca deveriam ser. Tipo, qual a necessidade de estragar o que já era perfeito?

Dr. Ellie Sattler: De Ícone Feminista a Enfeite de Cenário?

Quando a Dra. Ellie Sattler (Laura Dern) surge ao lado do Dr. Alan Grant (Sam Neill) em Jurassic World: Domínio, é uma surpresa bem-vinda para os fãs de longa data. Mas, infelizmente, ela recebeu um tratamento bem diferente da sua representação original. Em Jurassic Park, Ellie era exatamente o tipo de personagem que todos lembram: inteligente, prática e corajosa. Ela não precisava estar no centro das atenções para causar impacto – cada ação dela era importante. Pensava rápido, agia com decisão e tinha conhecimento real, o que a fazia sentir como uma parte vital da história, e não apenas um interesse amoroso ou a ajudante do Grant.

Essa era a Ellie que os fãs esperavam ver novamente em Jurassic World, mas, em vez disso, ela meio que sumiu no meio da multidão. Em Domínio, ela ainda é uma cientista importante, claro, mas o roteiro a transforma mais em um símbolo de conscientização ambiental do que em uma personagem com seu próprio arco. Não que ela pudesse roubar os holofotes de qualquer forma, e trazer de volta os personagens clássicos sempre foi um bônus. Ainda assim, Ellie é claramente deixada de lado em comparação com seu papel original. Ela pode ter sido a menos prejudicada em termos de danos ao personagem, já que sua essência permanece intacta. No entanto, parece uma decisão forçada incluí-la, puramente para agradar os fãs e atrair o público. Grant se sai um pouco melhor porque teve um papel maior em Jurassic Park, mas ela parece basicamente: “se o Grant está aqui, ela tem que estar também”.

Dr. Henry Wu: De Gênio Discreto a Vilão Genérico?

É verdade que, nos filmes originais de Jurassic Park, o Dr. Henry Wu (BD Wong) mal teve tempo de tela, mas isso realmente funcionou para o papel dele. Ele era o cientista por trás dos dinossauros, mas a história não precisava de todo o arco dele, porque o mistério e o perigo vinham das criaturas, não dele. Wu serviu principalmente a um propósito funcional, explicando a ciência (o que era essencial para o público entender o que estava acontecendo) e, em seguida, saindo de cena. A sutileza dele funcionou: ele estava ali para mostrar a ambição científica sem precisar dominar a história.

Quando os filmes de Jurassic World surgiram, Wu retornou e ganhou um papel maior – mas a execução foi meio desajeitada. Parecia que pegaram um personagem menor e o forçaram a uma posição de importância, mas exageraram de todas as maneiras erradas. Ele se torna o cientista que cria o Indominus Rex, depois o Indoraptor e, em Jurassic World: Domínio, ele até tenta se redimir. Tudo bem, mas o problema é que ele oscila entre gênio e vilão manipulador como se fosse apenas um recurso de enredo, em vez de um personagem confiável. Wu se tornou central para o conflito nos filmes mais recentes, mas o charme sutil que o tornava interessante se foi. O que deveria melhorar o personagem acabou piorando. Parece que ele virou um vilão de Power Rangers, sabe? Sem carisma, sem propósito.

Dr. Ian Malcolm: De Voz da Razão a Alívio Cômico Desnecessário?

Na trilogia original, o Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) era o personagem que todo mundo queria ouvir. Ele não era apenas engraçado; era o cérebro crítico da história, sempre apontando problemas antes que qualquer desastre acontecesse. Mesmo que ele tenha sido apresentado como uma espécie de galã (ou pelo menos era o que ele pensava), cada observação sarcástica que ele fazia sobre “brincar de Deus”, por exemplo, carregava peso e inteligência. O público sempre percebia que ele estava realmente pensando sobre o que estava acontecendo, não apenas soltando piadas para alívio cômico. Havia um equilíbrio, e Malcolm não precisava ser o herói para ser memorável – ele era quem ajudava os espectadores a entender toda a dimensão do caos.

Mas nos filmes de Jurassic World, foi uma história completamente diferente: Malcolm acabou parecendo mais uma participação especial nostálgica do que o personagem relevante que já foi. Ele aparece, solta algumas frases engraçadas e é isso – ele não impacta significativamente a história e, honestamente, os filmes mal mudariam se ele não estivesse lá. Este é um personagem que antes importava porque oferecia crítica e razão, mas na nova história, ele se tornou nada mais do que um fanservice ambulante, contribuindo praticamente nada para o enredo geral. Aparecer em Reino Ameaçado e Domínio deveria ter sido suficiente para desenvolvê-lo adequadamente. De longe, ele é um dos personagens mais prejudicados pelas sequências. É como se pegassem o Gandalf e transformassem em um Zé Ninguém.

E aí, o que você achou do retorno desses personagens em Jurassic World? Funcionou ou eles deveriam ter ficado no passado? Conta pra gente nos comentários!