Cinco anos se passaram desde que Ghost of Tsushima nos transportou para a beleza e brutalidade do Japão feudal. Agora, a PlayStation retorna com Ghost of Yotei, lançado em outubro de 2025 para PS5, prometendo expandir tudo que amamos no original. Mas será que essa expansão inclui acessibilidade para todos os jogadores? Em tempos onde a inclusão é pauta constante, mergulhei de cabeça no jogo para descobrir se a jornada de Jin Sakai é realmente para todos. Prepare sua katana e venha comigo nessa análise!
De Samurai a Lenda: O Que Esperar de Ghost of Yotei?
Ghost of Yotei não é só uma sequência, é uma promessa de um mundo aberto ainda mais vasto e cinematográfico. Os combates foram aprimorados com novas táticas, e a versão para PS5 Pro promete visuais de tirar o fôlego. E para quem curte jogar com os amigos, o modo multiplayer gratuito “Ghost of Yotei: Legends”, previsto para 2026, trará missões cooperativas e um modo sobrevivência insano contra versões demoníacas dos “Seis de Yotei”. Parece épico, né? Mas como um jogador com baixa visão, minha preocupação vai além dos gráficos e da jogabilidade: a acessibilidade está à altura?
Interface e Legendas: O Básico Funciona, Mas Falta O Tempero
Customização de interface e legendas são cruciais. Ajustar tamanho e contraste do texto, escolher fontes legíveis, usar fundo opaco nas legendas… tudo isso faz uma diferença enorme. Ghost of Yotei oferece algumas dessas opções, como a exibição da barra de vida dos inimigos e indicadores de combate aprimorados. As legendas têm fundo opaco, nomes de personagens e opções de cor e tamanho da fonte. É o básico, mas funcional.
No entanto, já na primeira tela, o jogo tropeça ao não oferecer um menu de acessibilidade inicial. A gente é jogado direto na história e precisa pausar para encontrar as opções. Quebra a imersão, né? E senti falta de filtros para daltonismo, modos de alto contraste e leitores de tela. A legibilidade dos menus também deixa a desejar, com letras claras sobre fundos claros, o que dificulta a navegação para quem tem baixa visão. Uma pena!
Dificuldade Personalizada: A Luz no Fim do Túnel
Ter vários níveis de dificuldade é importante, mas poder customizá-los é genial. Ghost of Yotei permite ajustar a agressividade dos inimigos, o tempo de reação, o dano, a furtividade e as vantagens da protagonista. Cada aspecto pode ser definido como fácil, médio, difícil ou letal. No meu caso, deixei a furtividade no fácil (porque enxergar inimigos e esconderijos já é um desafio) e mantive o resto no normal. Isso me permitiu curtir os combates sem frustrações nas partes furtivas. Essa personalização é, sem dúvida, um dos pontos altos do jogo!
Controles: DualSense Brilha, Mas Poderia Ser Melhor
O DualSense do PS5 é incrível, com seus gatilhos adaptáveis e feedback tátil. Ghost of Yotei aproveita bem esses recursos, mas ainda há limitações na acessibilidade dos controles. O jogo oferece simplificação de QTEs, modos alternativos para minigames (inclusive com uso do microfone), alternativas para ações que exigem manter botões pressionados e opções para canhotos. Mas a falta de remapeamento individual de botões e de ajustes finos do “ponto morto” dos analógicos é uma decepção.
Gameplay: Onde a Imersão Encontra Barreiras
A estrutura do gameplay também impacta a acessibilidade. Ghost of Yotei oferece assistência de mira e um leve auxílio de navegação, mas faltam recursos importantes para jogadores com baixa visão ou cegos, como guias sonoros contextuais para exploração, combate e furtividade. Imagina explorar o mundo do jogo guiado por sons que te indicam onde estão os inimigos, os itens escondidos… Seria incrível! Nesse ponto, o jogo deixa bastante a desejar.
Veredito: Samurai Acessível ou Desonra Feudal?
Ghost of Yotei é visualmente deslumbrante e expande a fórmula do original, mas a acessibilidade é mediana. Comparado a outros exclusivos da Sony, que têm um histórico forte nessa área (The Last of Us, God of War), ele fica para trás. É frustrante ver recursos visuais extras ganharem atenção enquanto modos de alto contraste e filtros daltônicos continuam ausentes. As opções de dificuldade e controles são boas, mas o restante é básico. Em 2025, ainda vemos um cenário desanimador para jogadores PCD em grandes lançamentos. Ghost of Yotei é um passo, mas ainda falta muito para a jornada de Jin Sakai ser verdadeiramente para todos.