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Geração Z e o Horror: Filmes Revelam Traumas e Desilusões da Juventude

  • agosto 25, 2025
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O cinema de horror sempre foi um espelho das ansiedades e traumas de cada geração. Dos monstros atômicos dos anos 50 ao terror slasher dos anos 80, cada

Geração Z e o Horror: Filmes Revelam Traumas e Desilusões da Juventude

O cinema de horror sempre foi um espelho das ansiedades e traumas de cada geração. Dos monstros atômicos dos anos 50 ao terror slasher dos anos 80, cada década encontrou no horror uma forma de expressar seus medos mais profundos. Agora, com a Geração Z dominando a cena, os filmes de terror estão revelando um futuro sombrio e a necessidade de reconciliação com um mundo à beira do abismo. Prepare-se para mergulhar nos pesadelos que assombram a juventude moderna!

Horror Geracional: Uma Transição Sombria nos Anos 2010

É tentador categorizar tendências de horror em blocos de dez anos, mas a realidade é mais fluida. A transição entre décadas é um processo gradual, onde velhas tendências se esvaem enquanto novas emergem. Foi em meados dos anos 2010 que cineastas como Robert Eggers (“A Bruxa”, “O Farol”) e Ari Aster (“Hereditário”, “Midsommar”) ganharam destaque, explorando temas familiares de gerações mais velhas corrompendo ou abandonando as mais jovens.

Eu, como fã de horror, adoro como esses filmes trouxeram uma atmosfera densa e perturbadora, elevando o gênero a um novo patamar. “Hereditário”, em particular, me deixou completamente transtornada com a forma como a tragédia familiar se transforma em um pesadelo sobrenatural.

“Weapons” (2025) também se tornou um sucesso de bilheteria para a Warner Bros. e o gênero de terror; É difícil não traçar uma linha entre o filme anterior de Zach Cregger, “Barbarian” (2022), e “Don’t Breathe” (2016) de Fede Álavarez, ambos com a premissa de jovens em dificuldades tropeçando em figuras monstruosas enquanto presos em seções degradadas e abandonadas ao redor da cidade de Detroit. Essa é uma sincronia temática que você não vê todos os dias.

Essas tendências, incluindo filmes como a série “Um Lugar Silencioso”, revelam que a última década foi difícil para a Geração Z, oferecendo pouca esperança para o futuro. Focando nos anos 2020, essa geração parece lidar com um senso compartilhado de desesperança, tanto interna quanto externamente.

Os Anos 2020: Conflito e Trauma Geracional no Centro do Horror

Os anos 2020 trouxeram uma nova onda de cineastas de terror que se estabeleceram como líderes do gênero. A dupla australiana Danny e Michael Philippou, que começou no YouTube, lançou dois filmes aclamados: “Talk to Me” (2022) e “Bring Her Back” (2024). Ambos os filmes focam em protagonistas lidando com o luto após a morte de um dos pais. Em “Bring Her Back”, a “vilã” é uma mulher mais velha (interpretada por Sally Hawkins) traumatizada pela morte da filha, que recorre a rituais ocultos para “ressuscitá-la” sacrificando outra criança.

Danny Philippou revelou que o filme foi inspirado por uma tragédia familiar real, que mudou sua perspectiva para sempre: “A ideia de que ela nunca mais ficaria bem após isso foi um ponto de inspiração… E o quão longe ela iria para se curar disso”, disse Philippou (via DoG). “A ideia de um ciclo de luto sem fim é aterrorizante para mim.”

Essa temática de desilusão juvenil está crescendo no horror. “Sinners”, de Ryan Coogler, mostra como os sonhos de um jovem de se tornar uma estrela da música são destruídos por uma noite de morte e trauma. Embora ambientado em uma era segregada, o filme lembra que traumas culturais similares ainda ecoam hoje.

“Heretic” (2024) confronta a Geração Z com a reconciliação de visões modernas com dogmas religiosos tradicionais, enquanto “Final Destination: Bloodlines” transforma a franquia em uma metáfora sobre as lutas mentais e emocionais herdadas através do DNA familiar.

O Legado Sombrio: Filhos de Ícones do Horror e a Toxicidade Intergeracional

Osgood “Oz” Perkins, filho de Anthony Perkins (o icônico Norman Bates de “Psicose”), também está se destacando no horror com filmes como “Longlegs” e “The Monkey”. “Longlegs” causou polêmica ao transformar um thriller de serial killer em horror sobrenatural com uma reviravolta geracional, enquanto “The Monkey” aborda a toxicidade transmitida através das gerações.

É fascinante como Perkins, que começou sua carreira como ator mirim em “Psicose II”, explora temas de como o passado afeta e molda um presente sombrio. Suas preocupações ressoam com as tendências atuais do horror e ecoam na Geração Z.

Franquias Clássicas Se Reinventam para a Geração Z

Até mesmo as grandes franquias de horror estão se adaptando aos novos tempos e ao público atual. Fede Álvarez considerou aspectos geracionais em seu reboot de “Alien”, “Alien: Romulus”, criando um “Alien para a Geração Z” sobre um grupo de jovens desesperados para escapar do destino de seus pais. Dan Trachtenberg levará “Predator: Badlands” em uma direção ainda mais ousada, com um membro da espécie Predator (Yuatja) em uma busca de sobrevivência para provar seu valor e enfrentar seu próprio pai.

O Horror Como Catarse: Uma Válvula de Escape para a Geração Z

Zach Cregger solidificou seu lugar como uma das melhores novas vozes do horror com “Weapons”, inspirado em sua perda pessoal. O filme narra a história de adultos e sistemas sociais falhando em notar o horror e o abuso que uma criança sofre. Cregger parece alertar que, se as gerações mais velhas continuarem a hipotecar o futuro das gerações mais jovens, as crianças não ficarão felizes com isso. Até mesmo “M3GAN” diverte e lucra ao lembrar os perigos de usar a tecnologia como substituta do vínculo familiar.

Quando chegarmos aos anos 2030, e a “Geração Alpha” começar a frequentar os cinemas, novas tendências de horror certamente surgirão. Mas, olhando para trás, ficará claro que a Geração Z estava insatisfeita com o mundo real e desiludida com os laços sombrios de linhagem e cultura que nos unem. E o horror, como sempre, estará lá, oferecendo a catarse temática para todos esses sentimentos difíceis.

Então, prepare a pipoca e mergulhe nesses filmes! O horror da Geração Z está te esperando.

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