Gary Oldman não é só um ator, é um camaleão cinematográfico! Ao longo de quatro décadas, ele se transformou em vilões icônicos, gênios incompreendidos, punks rebeldes, espiões astutos e tudo mais que você possa imaginar. E o mais impressionante? Ele sempre entrega uma intensidade que nunca se esgota. Se você é fã de atuação de alto nível, prepare a pipoca, porque a InnovaGeek preparou uma lista imperdível com 10 filmes que comprovam porque Gary Oldman é um dos maiores atores da sua geração. Prepare-se para blockbusters, filmes cult e performances que desafiam qualquer rótulo!
Sid and Nancy (1986): A explosão punk que apresentou Oldman ao mundo
“Never trust a junkie”. É com essa frase impactante que Oldman nos invade a tela em “Sid and Nancy”, interpretando Sid Vicious, o baixista autodestrutivo do Sex Pistols. O filme acompanha o relacionamento turbulento e trágico de Sid com Nancy Spungen (Chloe Webb). Oldman incorpora o personagem com uma mistura explosiva de arrogância, vulnerabilidade e uma espiral de autodestruição que te prende do início ao fim.
Com esse papel, Oldman já mostrou que sua carreira não seria fácil de categorizar. Sua atuação é um estudo sobre o colapso, com momentos de charme errático, desespero e uma crueza que é difícil de esquecer. Mesmo quando o filme flerta com a mitologia punk, Oldman mantém os pés no chão, mostrando a dor humana por trás da rebeldia. O resultado? Um filme que vai muito além de uma simples biografia de rock e se torna um grito niilista. Sério, se você curte a vibe punk, essa é uma obra obrigatória!
The Professional (1994): Caos e maldade na medida certa
“Bring me everyone… EVERYONE!”. Alguém já viu tanta maldade caótica ser interpretada com tanto prazer? Em “The Professional”, Oldman eleva a atuação a outro nível como o agente corrupto da DEA, Norman Stansfield. Um cara que manda bala em tudo, seja em pílulas como se fossem confetes ou em famílias inteiras com uma calma glacial. Ele é imprevisível, teatral e aterrorizante, mas impossível de desviar o olhar.
Aqui, Oldman está completamente insano, mastigando o cenário e injetando veneno em cada fala. Ele equilibra a ameaça com um toque quase operístico. Em contraste com a frieza de Jean Reno e a inocência trágica de Natalie Portman, Oldman é um furacão. O filme pode ser sobre assassinos de aluguel e famílias improváveis, mas é a energia insana de Oldman que deixa a marca mais profunda. É um daqueles casos em que o vilão rouba completamente a cena.
True Romance (1993): Uma participação que queima a tela
“I’m still a mystery to myself.” Pode ser um papel curto, mas que deixa uma marca eterna no filme. Em “True Romance”, Oldman é Drexl Spivey, um cafetão com dreadlocks, cicatrizes, dentes de ouro, uma escopeta e a confiança explosiva de alguém que perdeu a sanidade. Ele aparece em pouquíssimas cenas, mas são inesquecíveis: violentas, insanas e, de um jeito estranho, carismáticas. Oldman se transforma tanto em Drexl que leva um tempo para reconhecê-lo.
É impressionante como, com tão pouco tempo de tela, ele constrói toda uma história pregressa através da fisicalidade e da ameaça. Escrito por Quentin Tarantino e dirigido por Tony Scott, o filme é cheio de personalidades fortes, mas Drexl permanece na memória muito tempo depois que a poeira baixa. É uma das atuações mais estranhas e ousadas de Oldman, provando que até uma participação especial pode se tornar lendária nas mãos certas.
Oppenheimer (2023): A brevidade que define o tom
“Mr. President, I feel I have blood on my hands.” Novamente, é apenas uma cena, mas que cena! Em “Oppenheimer”, Oldman surge quase irreconhecível como o Presidente Harry S. Truman em uma troca de farpas com o atormentado J. Robert Oppenheimer, interpretado por Cillian Murphy. Com poucos minutos, Oldman entrega um dos momentos mais impactantes do filme, retratando Truman como direto, indiferente e assustadoramente pragmático. Sua atuação destila toda uma visão de mundo em poucas palavras e um olhar frio.
Truman se irrita com a culpa de Oppenheimer, pois sente que ele, e não o cientista, é o responsável por Hiroshima e Nagasaki. Aparentemente, essa conversa entre os dois foi baseada em relatos de pessoas que estavam presentes no Salão Oval na época. Não é um papel extravagante, mas é uma prova da capacidade de Oldman de transformar a gravidade de uma cena com sua presença.
Prick Up Your Ears (1987): A ousadia do início da carreira
“You can’t help being clever, can you?”. Em um de seus primeiros (e mais corajosos) papéis, Oldman interpreta o dramaturgo britânico Joe Orton, conhecido por sua língua afiada, liberdade sexual e relacionamento explosivo com seu parceiro Kenneth Halliwell (Alfred Molina), que terminou em assassinato. “Prick Up Your Ears” é uma mistura de comédia dark e tragédia íntima, e Oldman equilibra essa corda bamba com maestria. Ele captura o humor e o carisma de Orton, mas também as correntes sombrias que assombravam sua vida.
Dirigido pelo mestre Stephen Frears (o cara por trás de “A Rainha” e “Philomena”), o filme nunca faz julgamentos morais. Em vez disso, permite que Oldman e Molina explorem a tensão e a intimidade de um relacionamento profundamente doentio. Muito antes de ser escalado para grandes biografias ou blockbusters de estúdio, Oldman provou que conseguia sustentar um filme apenas com talento bruto e profundidade emocional. Essa é uma de suas atuações mais subestimadas e uma das melhores. Uma performance que se recusa a simplificar: charmosa, perigosa e complexa.
Rosencrantz & Guildenstern Are Dead (1990): Shakespeare repaginado e existencial
“Eternity is a terrible thought. I mean, where’s it going to end?”. Nessa adaptação cerebral, absurda e existencial de Shakespeare, Oldman interpreta Rosencrantz ao lado de Tim Roth como Guildenstern, dois personagens secundários de Hamlet que ganham os holofotes. Dirigido pelo próprio Tom Stoppard, o filme transforma sua peça em uma comédia cerebral sobre destino, livre arbítrio e o absurdo da vida. É como um “Esperando Godot” da era elisabetana.
O Rosencrantz de Oldman é meio burro, mas cativante, fornecendo uma âncora emocional vital para um filme que poderia facilmente se perder em pura filosofia. Sua comédia física também está em plena forma. Oldman joga moedas para o ar, tropeça na lógica e faz palhaçadas com uma graça notável, mas também há uma correnteza pungente em sua confusão. Os jogos de palavras do filme podem ser vertiginosos, mas Oldman o mantém humano. É um de seus papéis mais incomuns e que prova o quão engraçado ele pode ser quando o roteiro o deixa à vontade.
Harry Potter and the Prisoner of Azkaban (2004): A esperança em meio à escuridão de Azkaban
“I did my waiting! Twelve years of it! In Azkaban!”. Como Sirius Black, Oldman traz energia e peso emocional para “O Prisioneiro de Azkaban”, o terceiro e, para muitos fãs, o filme mais estiloso da saga Harry Potter. Apresentado inicialmente como um criminoso perigoso que escapou da prisão, Sirius se revela uma das conexões mais importantes (e dolorosas) de Harry (Daniel Radcliffe) com seus pais. Oldman retrata o personagem com uma instabilidade latente, equilibrando a ternura com as cicatrizes da injustiça e do encarceramento.
Há uma selvageria em seus olhos, mas também um amor feroz, quase paternal. Ele é um homem que perdeu tudo, mas ainda tenta se conectar. É mérito de Oldman que ambas as histórias sobre Sirius – o criminoso e o amigo leal – pareçam plausíveis. Sem mencionar que sua dinâmica com Radcliffe adiciona profundidade à jornada de Harry e proporciona um dos arcos mais agridoce da série. Sirius não fica por muito tempo, mas sua presença permanece. Em um mundo de varinhas e feitiços, Oldman faz o luto parecer real.
Tinker Tailor Soldier Spy (2011): A arte da sutileza e da espionagem
“It’s the oldest question of all, George. Who can spy on the spies?”. Talvez essa seja a atuação mais contida e assombrosa de Oldman. Como George Smiley, o oficial de inteligência britânico discreto, mas afiado como uma navalha, ele mal levanta a voz. Ele nem precisa. Todo o filme se move ao seu ritmo: uma revelação lenta de lealdade, decepção e o cansaço da Guerra Fria. Aqui, Oldman oferece uma aula de atuação minimalista, transmitindo volumes através da postura, do silêncio e do brilho de um olhar.
Smiley não é um herói de ação, mas é o homem mais perigoso em qualquer sala. Cercado por um elenco estelar, Oldman se destaca por fazer menos e significar mais. Ele recebeu uma merecida indicação ao Oscar por seus esforços. É um papel que recompensa a atenção e um lembrete de como é a verdadeira maestria. No geral, embora alguns fãs possam discordar de alguns desvios do material original, esse continua sendo um dos melhores filmes baseados na obra de John le Carré.
Bram Stoker’s Dracula (1992): Um Drácula passional e aterrorizante
“I have crossed oceans of time to find you.”. Como o Conde Drácula na épica gótica de Francis Ford Coppola, Oldman é um romântico, um monstro, um guerreiro e um fantasma. Essa é uma atuação que busca o máximo em todos os sentidos possíveis, e Oldman aceita o desafio com entusiasmo. Ele dá a Drácula sofrimento, ameaça e talento teatral, transformando-se de demônio ancestral em nobre sedutor e em besta vingativa. É um papel grandioso, e Oldman se entrega a ele com uma convicção aterradora.
Poucos atores poderiam ter feito isso funcionar. O filme poderia facilmente ter virado um show exagerado, com seus figurinos elaborados, tom insano (e um ou dois sotaques ruins). No entanto, Oldman consegue equilibrar a extravagância com tristeza e sensualidade. Sua presença é sempre magnética, e sua química com Winona Ryder é surpreendentemente cativante. Essa pode não ser uma atuação sutil, mas nem é essa a intenção. É mítica, trágica e inesquecível.
Darkest Hour (2017): A transformação que rendeu o Oscar
“You cannot reason with a tiger when your head is in its mouth!”. Em “Darkest Hour”, Oldman se torna Winston Churchill. Mesmo soterrado sob próteses e maquiagem, ele captura a grandiosidade, as inseguranças, o humor e a garra do Primeiro Ministro durante os dias mais cruciais da Segunda Guerra Mundial. Mais importante ainda, ele humaniza Churchill sem suavizar suas arestas, mostrando tanto o fardo da liderança quanto a vontade de suportá-lo.
O filme vive e morre em sua atuação, e ele entrega uma performance imponente, cheia de ritmo, trovões e uma ternura inesperada. Seja rosnando no Parlamento ou murmurando para si mesmo em desespero, Oldman encontra o homem por trás do mito. A Academia concordou, concedendo-lhe seu primeiro Oscar. Em uma carreira repleta de transformações selvagens e riscos impressionantes, essa pode ser a mais completa. Em termos do filme em si, alguns historiadores questionaram a precisão de certas cenas, mas inegavelmente parece fiel ao espírito e à tensão daquele tempo, se não a cada detalhe exato.