“Fantasmas da Guerra”, lançado em 2020, pode ter passado batido, mas acredite, ele merece uma segunda chance! Misturando suspense, ação e elementos sobrenaturais em plena Segunda Guerra Mundial,
“Fantasmas da Guerra”, lançado em 2020, pode ter passado batido, mas acredite, ele merece uma segunda chance! Misturando suspense, ação e elementos sobrenaturais em plena Segunda Guerra Mundial, o filme de Eric Bress (de “Efeito Borboleta”) entrega uma experiência perturbadora que vai além do terror genérico. Prepare-se para questionar a sanidade dos personagens e a própria natureza da guerra.
Em 1944, um grupo de soldados americanos é designado para proteger um castelo na França. A unidade anterior parece ter saído de lá correndo, e logo nossos protagonistas descobrem o porquê: ruídos estranhos, mensagens codificadas na lareira e um diário macabro revelam um passado sombrio. Para piorar, os alemães atacam, mas o verdadeiro terror reside nas paredes daquela mansão.
A ambientação gótica me lembrou um pouco de “A Mulher de Preto 2: O Anjo da Morte”, mas “Fantasmas da Guerra” vai muito além de uma simples história de fantasmas. Aqui, a guerra não é só um pano de fundo, mas o catalisador do horror. É como se a própria culpa e os horrores do conflito criassem seus próprios monstros.
O filme acerta em cheio ao apresentar personagens complexos e falíveis. Alan Ritchson, antes de ser o “Reacher”, interpreta um soldado carismático que se torna uma vítima inesperada, mostrando como a guerra pode ser aleatória e cruel. Brenton Thwaites vive o comandante confuso e sobrecarregado, enquanto Kyle Gallner (veterano de filmes como “O Exorcismo em Connecticut”) personifica o soldado mais sensível aos eventos sobrenaturais.
A dinâmica entre os personagens é crucial para criar a atmosfera de tensão e paranoia. Eles são apenas jovens tentando manter a sanidade em meio ao caos, e essa vulnerabilidade os torna ainda mais aterrorizantes.
“Fantasmas da Guerra” guarda uma reviravolta que dividiu opiniões na época do lançamento. Alguns críticos consideraram o final decepcionante, mas eu vejo de outra forma: a resolução final mergulha de vez no terror psicológico, mostrando que a única forma de superar o trauma é confrontá-lo diretamente, em vez de se iludir com falsas esperanças.
A referência ao conto “Uma Ocorrência na Ponte Owl Creek”, de Ambrose Bierce, já indicava que nem tudo era o que parecia. Assim como no conto, a realidade pode ser uma construção da mente para lidar com o horror.
Se você curte filmes de terror que te fazem pensar, “Fantasmas da Guerra” é uma ótima pedida. Ele não se contenta em apenas assustar, mas explora temas como culpa, trauma e a fragilidade da mente humana em situações extremas. Além disso, a ambientação na Segunda Guerra Mundial adiciona uma camada extra de complexidade e horror.
É um filme que te pega de surpresa, te faz questionar a realidade e te deixa com uma sensação de desconforto que perdura mesmo depois dos créditos finais. Prepare a pipoca e embarque nessa jornada sombria e perturbadora!
