Sabe aquela sensação de ouvir uma banda que você ama e, de repente, ser transportado para um universo sonoro totalmente diferente? É como se seus ídolos musicais resolvessem explorar um lado B que você nem imaginava que existia. Prepare-se para uma viagem nostálgica e surpreendente, porque hoje vamos mergulhar em 10 canções icônicas que pegaram os fãs de surpresa e mostraram que até as maiores bandas do mundo podem nos surpreender com um som inesperado.
O Som que Define uma Banda… Ou Não?
Toda banda que se preze tem sua assinatura sonora, aquele tempero único que a diferencia das demais. É como a cereja do bolo, o toque final que define a identidade da banda e cria uma expectativa nos fãs. Mas e quando essa banda decide sair da zona de conforto e experimentar algo totalmente novo? Às vezes, a ousadia pode render frutos amargos, com críticas e rejeição. Mas, em outros casos, o público abraça a novidade e a banda descobre um novo caminho para explorar. E, sejamos sinceros, quem não gosta de uma boa surpresa?
“Touch of Grey” – Grateful Dead: Quando o Psicodélico Encontra o Pop dos Anos 80
Grateful Dead, a lenda do blues e do rock psicodélico dos anos 60, conhecida por seus shows ao vivo que pareciam não ter fim. Para se ter uma ideia, a versão de estúdio de “Dark Star” tem menos de três minutos, enquanto a versão ao vivo ultrapassa os 23 minutos! Era a banda perfeita para se ouvir sob o efeito de… digamos, “certas substâncias”. Mas, em 1987, eles chocaram a todos com “Touch of Grey”.
Com uma batida eletrônica e vocais que parecem ter saído diretamente dos anos 80, a música soa como uma versão diluída de Grateful Dead. A guitarra de Jerry Garcia está lá, mas parece sufocada em meio à produção. “Touch of Grey” foi o único grande sucesso da banda, o que nos faz pensar: será que eles precisaram soar como uma versão “light” de si mesmos para conquistar o grande público?
“Owner of a Lonely Heart” – Yes: Do Rock Progressivo para as Pistas de Dança
Outro hit dos anos 80 vindo de uma banda dos anos 60, “Owner of a Lonely Heart” é o single de maior sucesso do Yes. Com um ritmo pulsante que parece ter sido feito para as pistas de dança, a música soa mais como um produto da sua época do que como uma canção do Yes. As duas músicas mais conhecidas da banda, “Roundabout” e “I’ve Seen All Good People”, são muito mais complexas, experimentais e longas.
Não que “Owner of a Lonely Heart” seja ruim, mas soa completamente diferente do que faz o Yes ser o Yes. Os primeiros acordes lembram The Scorpions ou alguma outra banda de hair metal dos anos 80, e não os pioneiros do rock progressivo que misturavam música intrincada com letras filosóficas sobre a natureza e temas místicos. E aquele solo? Definitivamente não é Steve Howe!
“Money” – Pink Floyd: A Canção que Encheu os Bolsos da Banda
Pink Floyd fez história com “Dark Side of the Moon” (1973), considerado um dos maiores álbuns de rock de todos os tempos. A banda já era conhecida no cenário underground, mas foi com esse álbum que eles alcançaram o sucesso mainstream, com músicas mais curtas e acessíveis. A mais comercial de todas foi “Money”, uma obra-prima sobre ganância com um ritmo marcante e influências de blues.
“Money” abriu as portas para um som mais hard rock, que a banda exploraria em outras canções como “Have a Cigar” e “Another Brick in the Wall Part II”. Mas essas músicas sempre se destacaram em seu repertório, e “Money” foi a primeira a se afastar de canções como “Echoes” e “Careful with That Axe Eugene”. Uma canção incrível que transformou o Pink Floyd em uma máquina de fazer dinheiro e hits.
“Dream On” – Aerosmith: Uma Balada no Meio do Hard Rock Garageiro
O primeiro álbum do Aerosmith soa como se tivesse sido gravado na garagem de alguém, o que faz parte do seu charme. É cru, criativo e divertido, com um hard rock de primeira. Mas há uma música que soa diferente de tudo no álbum: a icônica “Dream On”. Enquanto as outras canções seguem a linha do blues elétrico e do rock clássico, “Dream On” é uma balada que parece ter sido produzida com um orçamento milionário. É dramática, emocionante e tem o poder de nos levar às lágrimas.
Como essa música foi escrita ao mesmo tempo que “Movin’ Out” e “Mama Kin”? “Dream On” se destaca não só no álbum, mas em toda a discografia do Aerosmith. A banda até lançou outras baladas incríveis, como “Seasons of Wither” e “I Don’t Want to Miss a Thing”, mas elas são raras. Até hoje, “Dream On” soa como um lado do Aerosmith que não reflete a banda como um todo.
“Nothing Else Matters” – Metallica: A Balada que Conquistou o Mundo (e Miley Cyrus!)
O Metallica sempre teve introduções lentas em suas músicas, como em “Battery” e “Fight Fire with Fire”. Mas ninguém esperava que “Nothing Else Matters” mantivesse um tom tão suave durante toda a música. Sim, há um solo pesado, mas a balada ainda se destaca em seu repertório.
E que balada! É uma das músicas mais populares da banda, e não é difícil entender o porquê. Ela atrai até quem não curte Metallica ou heavy metal em geral. Miley Cyrus até fez um cover com Elton John e outros artistas, e ficou incrível! “Nothing Else Matters” provou que o Metallica podia deixar de lado suas raízes no thrash metal e ainda fazer sucesso.
Ainda Tem Mais!
E a lista não para por aí! “Bridge Over Troubled Water” do Simon and Garfunkel, “I’m Not in Love” do 10cc, “Redemption Song” de Bob Marley, “We Will Rock You” do Queen e “Changes” do Black Sabbath são outros exemplos de músicas que surpreenderam os fãs e mostraram a versatilidade dessas bandas icônicas.