A DC Comics, desde seus primórdios, sempre teve uma veia para ousadia. Lá nos anos 30, quando lançaram o Superman, um cara forte de collant, eles deram às pessoas um motivo para se sentirem um pouco menos esmagadas pela vida. E então veio o Batman, trazendo aquela paranoia noir para os quadrinhos infantis. E a Mulher-Maravilha? Uma experiência maluca e genial de mitologia feminista misturada com psicologia. A DC sempre inventou mitologia moderna com uma audácia de quem ainda não sabe que não deveria. E, para celebrar essa trajetória, vamos mergulhar em 5 histórias que provam porque a DC, mesmo tropeçando às vezes, continua nos lembrando por que os super-heróis importam. Preparem-se, porque a lista está épica!
A Crise que Reinventou Tudo: Crise nas Infinitas Terras
“Crise nas Infinitas Terras” foi o grande golpe da DC, mudando seu universo ficcional de maneiras que nenhuma outra editora de quadrinhos tinha tentado antes. A série assumiu a difícil tarefa de fundir o multiverso bagunçado da DC em um único universo onde Superman, Batman e Mulher-Maravilha viviam na mesma realidade. A trama mostra o Anti-Monitor destruindo universo após universo, enquanto heróis de diferentes realidades se unem para salvar o que restou da existência.
A Crise matou personagens populares que existiam há décadas e reescreveu histórias que os fãs acompanhavam há anos. Seu sucesso comercial ensinou à DC e, eventualmente, à Marvel que os leitores abraçariam mega-eventos que alteram a continuidade, levando diretamente a sucessores espirituais como “Crise Infinita”, “Crise Final” e “Ponto de Ignição”. Inadvertidamente, criou um ciclo de crise-reboot-crise que continua a definir a abordagem editorial da DC, para o bem ou para o mal. Talvez o mais importante seja que normalizou a ideia de que os universos dos quadrinhos poderiam ser periodicamente redefinidos para eliminar problemas de continuidade.
Eu lembro de ter lido “Crise nas Infinitas Terras” pela primeira vez e ficar de queixo caído. A escala era insana, e a coragem de matar personagens queridos era algo que eu nunca tinha visto antes. Foi tipo um “Game of Thrones” dos quadrinhos, só que com super-heróis. E, querendo ou não, essa saga pavimentou o caminho para tantos outros eventos grandiosos que amamos (ou odiamos) hoje em dia.
O Lado Sombrio dos Heróis: Watchmen
Publicada pela DC Comics como uma série limitada de 12 edições, “Watchmen” fez parte de uma onda de narrativas mais maduras e experimentais nos quadrinhos durante a década de 1980. “Watchmen” começa com a morte de um ex-herói fantasiado, o Comediante, e segue um pequeno círculo de ex-vigilantes enquanto investigam se alguém está mirando em heróis fantasiados. O que começa como um mistério de assassinato rapidamente se transforma em algo maior. No final, a simples questão de quem matou o Comediante se transformou em questões muito mais difíceis sobre o certo, o errado e as escolhas terríveis.
Se “Watchmen” tem uma falha, é que seu sucesso inspirou tantos quadrinhos que copiaram seu tom sério sem sua profundidade moral. Isso não é culpa do livro, mas às vezes leva as pessoas a se lembrarem dele como simplesmente “sombrio” em vez de “disciplinado”. Dentro de suas páginas, a disciplina importa. Os subplots alimentam a questão central de saber se os fins podem justificar os meios. “Watchmen” também vai além de desafiar o mito dos super-heróis. Oferece um olhar mais honesto sobre o pesado fardo de tomar decisões que afetam todos os outros. Há uma razão para que as pessoas ainda debatam seu final décadas depois. As questões que levanta não têm respostas fáceis, o que é exatamente o que o torna especial.
“Watchmen” é tipo aquele filme cult que todo mundo diz que é incrível, e quando você assiste, percebe que é ainda melhor do que imaginava. Alan Moore e Dave Gibbons criaram uma obra-prima que transcende o gênero dos super-heróis e nos faz questionar a natureza do poder, da moralidade e da própria humanidade. E, sim, o final é polêmico, mas é justamente essa ambiguidade que torna a história tão fascinante.
Um Sonho Dentro de um Sonho: The Sandman
Neil Gaiman é um dos escritores mais celebrados do nosso tempo (sim, ele teve seus escândalos), e “The Sandman” é a obra que consolidou sua reputação como um mestre contador de histórias. A história segue Dream (ou Morpheus), um de sete irmãos chamados os Perpétuos que basicamente comandam diferentes aspectos da realidade. Depois de ser preso em um círculo mágico por 70 anos por algum aspirante a feiticeiro, Dream se liberta e tem que reconstruir seu reino enquanto lida com todos os problemas que se acumularam durante sua ausência. Dizer que “The Sandman” é sobre Dream sozinho seria enganoso. A série o usa como uma lente para explorar inúmeras histórias dentro de histórias. Gaiman também mistura mitologia, fantasia, terror e filosofia em uma narrativa extensa que se recusa a seguir as regras normais de contar histórias.
Eu sou suspeita para falar de “Sandman”, porque Neil Gaiman é um dos meus autores favoritos. Mas, sério, essa série é uma viagem alucinante pela mente de um dos maiores contadores de histórias da atualidade. Cada edição é como um conto de fadas sombrio e poético, com personagens inesquecíveis e temas que ressoam profundamente em nosso interior. E a adaptação da Netflix? Simplesmente perfeita!
O Último Voo do Superman: All-Star Superman
“All-Star Superman” (2005), de Grant Morrison e Frank Quitely, destila tudo o que torna o Superman ótimo em uma história autocontida. Depois de ser superexposto à radiação solar, o Superman descobre que tem apenas uma quantidade limitada de tempo de vida. O que se segue é honestamente a história do Superman mais emocionalmente satisfatória já contada, enquanto ele completa uma série de “tarefas impossíveis” e tenta deixar o mundo melhor do que o encontrou. Há algo profundamente comovente em ver o ser mais poderoso da Terra enfrentar sua mortalidade com graça. Saber que ele vai morrer revela que sua moderação, sua decência e sua fé nas pessoas não são padrões. São valores que ele escolhe quando ninguém poderia impedi-lo de escolher o contrário. No geral, “All-Star Superman” pergunta se um ideal perfeito pode ser humano e responde com um sim gentil e teimoso. Se você acha o Superman chato, esta história em quadrinhos provará que você está completamente errado.
Se você acha que o Superman é só um cara de cueca por cima da calça que voa por aí, “All-Star Superman” vai te fazer engolir cada palavra. Grant Morrison pegou tudo o que torna o Homem de Aço um símbolo de esperança e o elevou a um nível cósmico. É uma história sobre legado, sacrifício e a importância de fazer a diferença, mesmo quando o tempo está se esgotando. Preparem os lencinhos!
E aí, curtiu a lista? Quais outras histórias ambiciosas da DC você adicionaria? Deixe seu comentário e vamos nerdar juntos!