Preparem seus corações, amantes do horror! Em 1960, Mario Bava lançou “Black Sunday” (ou “Domingo Negro”, como ficou conhecido no Brasil), um filme que não só inaugurou o terror italiano como influenciou gerações de cineastas. Uma obra-prima gótica, visualmente deslumbrante e horrivelmente decadente, que pavimentou o caminho para os mestres Dario Argento e Lucio Fulci. Se você curte um terror com atmosfera, “Black Sunday” é um filme obrigatório!
A Maldição de Asa Vajda: Uma História de Vingança e Horror Gótico
A trama nos transporta para a Moldávia, onde acompanhamos a execução da princesa Asa Vajda (interpretada pela icônica Barbara Steele) e seu amante, acusados de bruxaria. Antes de morrer, Asa lança uma maldição que se concretiza séculos depois, quando dois cientistas desavisados, Dr. Kruvajan e Andrej, acidentalmente a trazem de volta à vida. Sedenta por vingança, Asa busca Katia, sua reencarnação, para drenar sua juventude e recuperar sua força. Cabe a Andrej, apaixonado por Katia, impedir os planos da princesa das trevas.
De Drácula a Gogol: As Inspirações de Mario Bava
Bava, inspirado pelo sucesso de “Drácula” (1958) de Terence Fisher, queria criar algo igualmente impactante. Inicialmente, ele planejou adaptar “Viy”, um conto de terror folclórico de Nikolai Gogol, mas acabou criando uma versão mais livre da história. Essa liberdade criativa se tornou uma marca registrada de Bava, que priorizava o visual e a atmosfera em detrimento da narrativa linear. O resultado é uma experiência cinematográfica única, que mistura terror gótico com elementos de conto de fadas sombrio.
A Beleza Sombria do Preto e Branco
Embora Bava seja conhecido por seu uso magistral de cores em filmes como “Blood and Black Lace” (1964), “Black Sunday” é filmado em preto e branco. Mas não se engane, a ausência de cores não diminui o impacto visual do filme. Pelo contrário, Bava utiliza sombras profundas, imagens simbólicas e ilusões de ótica para criar uma atmosfera surreal e opressiva, que remete à tradição da arte italiana e ao expressionismo alemão. É como se “O Gabinete do Dr. Caligari” encontrasse o terror gótico da Hammer!
Barbara Steele: A Rainha do Grito que Reinou nas Trevas
Barbara Steele rouba a cena em um papel duplo, interpretando tanto a vingativa princesa Asa Vajda quanto a inocente Katia. Sua performance é hipnotizante, transmitindo a beleza e a crueldade das personagens com igual intensidade. Steele se tornou um ícone do horror gótico, inspirando outras atrizes e cineastas a explorar a complexidade das personagens femininas no gênero.
Violência e Dualidade: As Marcas do Horror Italiano
“Black Sunday” não economiza na violência, com cenas de empalação e olhos esfaqueados que se tornariam características marcantes do horror italiano. No entanto, a violência não é gratuita, ela serve a um propósito temático, representando a dualidade da natureza humana, que pode ser tanto atraída quanto repelida pelo mal. Essa dualidade se reflete na própria Asa, que não é apenas um monstro, mas também uma vítima de sedução e manipulação.
O Legado de “Black Sunday”: Um Clássico Atemporal
“Black Sunday” é um filme que transcende o tempo, influenciando o horror gótico, o giallo italiano e até mesmo os slashers americanos. Sua atmosfera sombria, seus visuais impactantes e suas temáticas complexas o tornam um clássico atemporal, que continua a inspirar e aterrorizar o público. Se você é fã de terror, não deixe de conferir essa obra-prima de Mario Bava!