Preparem a pipoca, porque “Bad Apples” chegou para nos fazer rir do caos! A premissa é daquelas que te fazem questionar a sanidade dos roteiristas: uma professora, após
Preparem a pipoca, porque “Bad Apples” chegou para nos fazer rir do caos! A premissa é daquelas que te fazem questionar a sanidade dos roteiristas: uma professora, após uma semana daquelas, sequestra (sem querer, juro!) um aluno encrenqueiro e o tranca no porão. Sim, bizarro, mas acreditem, a coisa toda é hilária e surpreendentemente… humana?
Sabe aqueles momentos em que você pensa “não faz isso, pelo amor de Deus”? Maria Spencer, a professora interpretada por Saoirse Ronan (que dispensa apresentações, né?), ignora solenemente esse conselho. E é aí que a magia acontece. O filme equilibra o humor negro com a tensão de forma brilhante, criando uma atmosfera de puro “o que vai acontecer agora?!”. É como se “Professor Aloprado” encontrasse “Garota Interrompida”, só que com muito mais sarcasmo.
A dinâmica entre Maria e Danny (interpretado pelo novato Eddie Waller) é o coração do filme. Danny começa como o clássico “aluno problema”, daquele tipo que você ama odiar. Mas, aos poucos, vamos descobrindo as camadas por trás daquele comportamento, e Waller entrega uma atuação que equilibra a rebeldia com a vulnerabilidade de forma impressionante. Saoirse Ronan, como sempre, está impecável, mas é Waller quem rouba a cena, nos fazendo questionar nossos próprios preconceitos sobre “maçãs ruins”.
Baseado no livro sueco “De Oönskade”, o roteiro de Jess O’Kane equilibra o humor ácido com críticas sociais sutis. A ausência de Danny na escola, por exemplo, transforma a sala de aula em um paraíso de boas notas e alunos exemplares. Seria ele o bode expiatório? Ou um sintoma de algo maior? A relação de Maria com seus alunos mais problemáticos também levanta questões sobre a responsabilidade dos pais e o sistema de ensino.
No terceiro ato, “Bad Apples” pisa no acelerador e entra de vez no território do absurdo. Confesso que essa mudança de tom me dividiu um pouco. Se, por um lado, a ousadia é refrescante, por outro, a trama perde um pouco do foco e da sutileza que a tornavam tão interessante. O final, aberto e abrupto, também pode frustrar alguns espectadores.
Apesar de alguns tropeços no final, “Bad Apples” é uma estreia promissora de Jonatan Etzler, que demonstra um talento único para equilibrar humor negro e crítica social. Com atuações memoráveis de Saoirse Ronan e Eddie Waller, o filme nos faz rir, refletir e questionar nossas próprias noções de “certo” e “errado”. Se você curte comédias ácidas com um toque de bizarrice, “Bad Apples” é uma ótima pedida. E prepare-se para nunca mais olhar para uma maçã da mesma forma!
