Já imaginou transformar um problema ambiental gigante em solução inovadora para a construção civil? Cientistas brasileiros estão fazendo exatamente isso ao usar o sargaço, aquelas algas que invadem
Já imaginou transformar um problema ambiental gigante em solução inovadora para a construção civil? Cientistas brasileiros estão fazendo exatamente isso ao usar o sargaço, aquelas algas que invadem as praias, para criar uma cerâmica mais leve e sustentável. A ideia é genial e o resultado, surpreendente!
O sargaço tem sido um pesadelo para as praias do Caribe e do Brasil, causando mau cheiro e impactando o turismo e a vida marinha. A solução encontrada até agora era simplesmente recolher e descartar em aterros sanitários. Mas, como todo bom geek que adora um desafio, pesquisadores da USP e UFSCar resolveram dar um novo destino para essa biomassa abundante.
“Normalmente, o sargaço é coletado e descartado em aterros sanitários sem qualquer uso prático. Por isso, decidimos pesquisar uma forma de aproveitar essa grande quantidade de biomassa nas praias,” explicou o professor João Rossignolo, da USP. E não é que deu certo?
A receita é simples, mas a ciência por trás é fascinante. Os pesquisadores misturaram sargaço em diferentes proporções (20% e 40%) com argila cerâmica e compararam com a argila pura. As amostras foram moldadas e levadas ao forno para sinterização, um processo que compacta a argila com calor. O pulo do gato? Descobriram que o forno de micro-ondas faz toda a diferença!
As amostras sinterizadas em fornos de micro-ondas apresentaram os melhores resultados em termos de resistência, atendendo aos requisitos para uso na construção civil. Além disso, a utilização do sargaço reduziu a densidade do material, tornando-o mais leve. É como se tivessem encontrado a receita mágica para transformar lixo em ouro (ou, no caso, em cerâmica)!
Além de resolver um problema ambiental, a cerâmica de sargaço se mostrou mais sustentável que a argila expandida convencional. Uma análise do ciclo de vida do produto revelou que as formulações com sargaço têm um desempenho ambiental superior, consumindo menos recursos naturais e energia. É o tipo de inovação que a gente adora ver!
Essa pegada ecológica me lembra um pouco as iniciativas de construção sustentável que vemos em filmes como “O Amanhã” (The Day After Tomorrow), onde a tecnologia e a ciência se unem para mitigar os impactos ambientais. A diferença é que, aqui, a ficção virou realidade!
Inicialmente, os pesquisadores pensaram em usar a cerâmica de sargaço para diminuir o peso do concreto, melhorar o conforto térmico em lajes e até na jardinagem. Mas as aplicações não param por aí! Eles também estão testando o uso da alga na produção de painéis para a indústria de móveis e construção civil, e até em telhas de fibrocimento, substituindo o calcário pelas cinzas do sargaço.
“Os resultados foram surpreendentes, pois conseguimos usar 30% de sargaço nos painéis e substituir 100% do calcário com as suas cinzas, com resultados que atendem plenamente às normas vigentes para esses produtos e melhoram a durabilidade e as propriedades mecânicas dos materiais,” comemora Rossignolo.
A pesquisa com sargaço é um exemplo inspirador de como a ciência e a inovação podem transformar desafios ambientais em soluções criativas e sustentáveis. Quem sabe, em breve, veremos edifícios inteiros construídos com materiais derivados de algas marinhas? Seria um final feliz para um problema que parecia não ter solução.
Essa iniciativa me faz pensar em outras inovações que poderiam surgir a partir de resíduos e materiais descartados. O futuro da construção civil, e de tantas outras áreas, pode estar mais perto do que imaginamos, escondido em um monte de algas na praia.
