Jonathan Hickman e Nick Dragotta, dois gigantes dos quadrinhos americanos, uniram forças em “East of West” para criar algo verdadeiramente único. Mas e se eu te dissesse que essa obra, que tanto amamos, é secretamente uma carta de amor ao mangá? Prepare-se, porque vamos mergulhar fundo nessa teoria que vai explodir sua mente!
Um Faroeste Futurista com Alma de Mangá
“East of West” nos transporta para um futuro distópico nos Estados Unidos, onde o país se fragmentou em sete nações após uma guerra civil apocalíptica. A história acompanha o Cavaleiro da Morte em busca de seu filho, em meio a intrigas políticas e profecias sombrias. À primeira vista, parece uma ficção científica americana com toques de faroeste, mas as influências do mangá são inegáveis.
Desde o início, a atmosfera lembra “Trigun”, com personagens viajando por paisagens vastas e se enfrentando em duelos sangrentos. Nick Dragotta utiliza a linguagem visual do mangá nas cenas de ação: linhas de movimento intensas, fundos minimalistas e uma fisicalidade exagerada que elevam a narrativa a outro nível. Seu estilo de arte, embora não tão obviamente influenciado pelo mangá quanto o de Joe Madureira, revela cada vez mais essa inspiração a cada página.
Iconografia Cristã e a Estética Americana Reimaginada
Uma característica marcante dos mangás é o uso da iconografia e linguagem cristã de forma não literal. “Neon Genesis Evangelion” e “Devilman” são exemplos clássicos. Em “East of West”, Hickman faz algo semelhante com “A Mensagem”, uma profecia apocalíptica que serve como pano de fundo para a trama, mas sem detalhes específicos sobre sua origem cristã.
A forma como Hickman retrata a cultura americana também remete ao mangá. Apesar de se passar no futuro, a obra evoca o imaginário do Velho Oeste, mas com elementos de alta tecnologia, uma combinação que poderia ter saído diretamente de um mangá. Há uma sensação de “América” idealizada, distante da realidade, algo comum em muitas obras japonesas.
Personagens Extremamente… Mangá!
Os personagens de “East of West” são figuras lendárias, os melhores lutadores, aqueles que mudaram o mundo. E todos eles são exagerados ao extremo, como em um bom mangá. Archibald Chamberlain, o principal antagonista, é um vilão que poderia facilmente estrelar uma obra japonesa. Essa intensidade e excentricidade dos personagens contribuem para a atmosfera única da HQ.
A Revelação: Dragotta e a Animação de “Batman” pela Trigger
A ficha caiu quando Nick Dragotta expressou seu desejo de ver o Studio Trigger, famoso por animes como “Kill la Kill” e “Cyberpunk: Edgerunners”, adaptar “Absolute Batman”. De repente, as peças se encaixaram. Dragotta sempre demonstrou admiração pelo mangá e anime, e essa paixão transparece em seu trabalho em “East of West”.
Relendo a série com essa nova perspectiva, as influências do mangá se tornaram ainda mais evidentes. A política, as grandes ideias e as interações complexas entre os personagens, características marcantes de Hickman, se unem aos elementos típicos do mangá, criando uma experiência única e memorável.
Uma Homenagem ao Mangá em Forma de Faroeste Futurista
“East of West” é uma obra que transcende os gêneros, combinando elementos de faroeste, ficção científica e mangá de forma magistral. Hickman e Dragotta prestaram homenagem a clássicos como “Trigun” e outros animes, reinterpretando o conceito de “western” através de uma lente japonesa. Essa perspectiva enriqueceu a obra e revelou camadas de significado que antes passavam despercebidas.
E você, o que acha de “East of West”? Compartilhe sua opinião nos comentários e vamos conversar sobre essa obra incrível!