A última década no cinema foi daquelas, cheia de altos e baixos, blockbusters que não vingaram, sequências descartáveis e, claro, a ascensão dos filmes de super-heróis (quem não ama, né?). Mas também tivemos diretores independentes abrindo caminhos e veteranos ousando sair da zona de conforto. Pensando nisso, preparei uma lista com 10 filmes que, na minha humilde opinião de cinéfila, são verdadeiras obras-primas dos últimos dez anos. De “Moonlight” à “Parasita”, prepare-se para produções que vão grudar na sua memória!
10. A Pior Pessoa do Mundo (2021)
Joachim Trier nos entrega uma obra que captura a bagunça da vida adulta moderna. Julie, interpretada brilhantemente por Renate Reinsve (que levou o prêmio de Melhor Atriz em Cannes!), é aquela personagem que vive à deriva entre empregos, amores e ideais, tentando se encontrar. Sabe quando você se sente meio perdido, sem saber qual caminho seguir? O filme não oferece respostas fáceis, mas mergulha na ambiguidade e nas emoções contraditórias das conexões passageiras. A estrutura do filme, dividida em capítulos, como se fossem memórias distorcidas, é um show à parte. Prepare-se para rir, se apaixonar e se identificar!
9. Os Banshees de Inisherin (2022)
Martin McDonagh reuniu Colin Farrell e Brendan Gleeson para criar uma tragicomédia sobre amizade, teimosia e a violência silenciosa do isolamento. A história se passa em uma ilha irlandesa durante a Guerra Civil, mas a verdadeira batalha é entre dois ex-amigos: um que decide terminar a amizade abruptamente e o outro que não aceita o fim. A química entre os atores é incrível e a fotografia, com cores suaves e silêncios vastos, captura a solidão e o orgulho que corroem um mundo pequeno e isolado. Se você curtiu “Na Mira do Chefe”, vai adorar esse filme!
8. Moonlight (2016)
Barry Jenkins entrega uma obra-prima sobre vulnerabilidade, identidade e intimidade. A história de Chiron, dividida em três fases da vida, é contada com uma delicadeza que desarma qualquer um. Vemos a luta de um jovem negro e gay em um mundo que não oferece segurança nem afeto. O filme é sensível, poético e tem muito a dizer sobre a masculinidade moderna. As atuações são impecáveis, com destaque para Mahershala Ali e Trevante Rhodes. Prepare o lencinho!
7. Parasita (2019)
Bong Joon-ho explodiu a mente de todos com essa sátira sobre luta de classes. O filme começa como uma comédia, vira thriller e termina em tragédia, tudo isso sem perder o controle. A infiltração da família Kim em uma casa rica é hilária no início, mas logo a situação se complica e o tom muda para algo mais selvagem. A direção de Bong é impecável, com simbolismos que convidam à interpretação. Se você curte filmes como “O Poço”, vai pirar em “Parasita”!
6. Todos Nós Desconhecidos (2023)
Andrew Haigh nos leva a uma história de fantasmas diferente, onde o amor, a memória e o luto se misturam. Andrew Scott entrega uma atuação gentil e assombrosa como um roteirista solitário que se reconecta com os pais falecidos e se apaixona por um vizinho misterioso (Paul Mescal). O filme é mais sobre sensações do que sobre narrativa, com uma fotografia que te transporta para um mundo onírico. Prepare-se para uma experiência emocionante e transcendental!
5. Zona de Interesse (2023)
Jonathan Glazer nos confronta com um dos filmes sobre o Holocausto mais perturbadores já feitos. A história se passa na casa ao lado de Auschwitz e acompanha a vida doméstica de Rudolf Höss, o comandante do campo, e sua família. Mas Glazer se recusa a mostrar as atrocidades diretamente, o horror vem do que ouvimos: gritos, tiros, fornos. A banalidade do mal nunca foi tão literal. O filme nos faz refletir sobre o que escolhemos não ver e como o mal persiste no silêncio e na rotina. Prepare-se para ser confrontado!
4. Roma (2018)
Alfonso Cuarón nos leva para a sua infância em “Roma”, um filme em preto e branco que é ao mesmo tempo íntimo e épico. Acompanhamos a vida de Cleo, uma empregada doméstica cuja vida se desenrola em meio ao caos da Cidade do México nos anos 70. Não espere uma trama tradicional, mas sim a beleza dos pequenos momentos, capturados com uma sensibilidade incrível. A câmera de Cuarón desliza pelo espaço como se fosse a própria memória, capturando a turbulência política, a dor e o calor familiar. Uma homenagem às mulheres que sustentam as famílias.
3. Drive My Car (2021)
Ryusuke Hamaguchi nos presenteia com um filme sobre luto que não tem pressa. A história acompanha um diretor de teatro (Hidetoshi Nishijima) que, enquanto dirige uma produção multilingue de “Tio Vânia”, lida com a morte da esposa. O que parece ser uma premissa simples se torna hipnotizante. Hamaguchi usa a linguagem, a perda e a atuação para explorar temas existenciais. O carro vermelho, as longas viagens e os ensaios se tornam metáforas para o purgatório emocional. Prepare-se para uma jornada introspectiva!
2. Era Uma Vez em… Hollywood (2019)
Quentin Tarantino nos leva para um final dos anos 60 nostálgico e com um toque de realismo mágico. Leonardo DiCaprio e Brad Pitt entregam atuações impecáveis como um ator decadente e seu dublê leal, vagando por uma Hollywood à beira da violência e da mudança. O clímax é explosivo e divertido, uma recompensa para toda a construção da trama. Tarantino já brincou com a história antes, mas aqui a reescrita é mais emocional e melancólica. Se você é fã de Tarantino, prepare-se para se apaixonar ainda mais!
1. Oppenheimer (2023)
Christopher Nolan troca a ação e os super-heróis pela física e pelos dilemas morais, e o resultado é simplesmente genial. “Oppenheimer” narra a vida de J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), o físico brilhante que ajudou a construir a bomba atômica. Mas o filme não é sobre ciência, e sim sobre as consequências. Uma das histórias mais perspicazes sobre a era nuclear. Murphy entrega uma atuação assombrosa como um homem cujo gênio moldou o mundo e o destruiu. A sequência do teste Trinity é de tirar o fôlego, não pelo espetáculo, mas pelo silêncio. Prepare-se para uma experiência cinematográfica inesquecível!