Um estudo recente sobre o comportamento dos usuários do Steam revelou um padrão curioso: muitos jogadores compram jogos compulsivamente, acumulando bibliotecas digitais vastíssimas, mas jogam apenas uma fração
Um estudo recente sobre o comportamento dos usuários do Steam revelou um padrão curioso: muitos jogadores compram jogos compulsivamente, acumulando bibliotecas digitais vastíssimas, mas jogam apenas uma fração dos títulos adquiridos. Um analista de marketing de jogos chegou a comparar essa base de usuários a “marinheiros bêbados que gastam dinheiro de maneira irresponsável”. Será que essa analogia faz sentido? Vamos mergulhar nesse universo e tentar entender o que motiva essa “compra compulsiva” de jogos.
Quem nunca se sentiu atraído por aquela promoção imperdível na Steam? As famosas Summer Sales e Winter Sales são verdadeiros paraísos para os gamers, com descontos que chegam a 90% em alguns títulos. A tentação de comprar vários jogos de uma vez é grande, mesmo sabendo que talvez não tenhamos tempo para jogá-los tão cedo. Eu mesmo já caí nessa armadilha diversas vezes! Acabei comprando jogos incríveis como “The Witcher 3” e “Hollow Knight” durante promoções, mas eles ficaram parados na minha biblioteca por meses até eu finalmente ter tempo para jogá-los.
Essa compulsão por comprar jogos, mesmo sem a intenção imediata de jogá-los, pode ser comparada à síndrome do “acumulador digital”. Assim como colecionadores de livros ou HQs, muitos gamers sentem prazer em ter uma vasta coleção de jogos, mesmo que não consigam consumir todo o conteúdo disponível. É como ter um museu particular de experiências interativas, pronto para ser explorado a qualquer momento.
Um dos principais motivos para essa “pilha da vergonha” de jogos não jogados é a falta de tempo. Com a correria do dia a dia, trabalho, estudos e outras responsabilidades, nem sempre sobra tempo para se dedicar aos nossos hobbies. E quando finalmente temos um tempinho livre, a indecisão sobre qual jogo escolher pode nos paralisar. “Será que começo aquele RPG de mundo aberto que exige horas de dedicação? Ou jogo algo mais casual para relaxar?”, essa é a dúvida que assola muitos gamers.
Além disso, a indústria dos games está em constante evolução, com lançamentos de novos títulos a todo momento. É difícil acompanhar todas as novidades e manter a pilha de jogos não jogados sob controle. Para piorar, muitos jogos antigos recebem atualizações e conteúdos adicionais, o que aumenta ainda mais o tempo necessário para explorá-los por completo.
A Steam, como a maior plataforma de distribuição digital de jogos para PC, tem um papel fundamental nessa cultura do “acumulador digital”. As promoções frequentes, os bundles de jogos e os preços competitivos tornam a compra de jogos algo extremamente acessível. Quem nunca adicionou um jogo ao carrinho só porque estava barato, mesmo sem ter certeza se iria jogá-lo?
Essa cultura do desconto também pode levar a compras por impulso. Vemos um jogo que parece interessante, está com um preço bom e pensamos: “Ah, vou comprar agora, depois eu vejo se gosto”. O problema é que, muitas vezes, esse “depois” nunca chega, e o jogo acaba esquecido na biblioteca.
Apesar de parecer um problema, essa compulsão por comprar jogos também pode ter seus aspectos positivos. Ter uma vasta biblioteca digital nos permite experimentar diferentes gêneros, descobrir novos jogos e apoiar os desenvolvedores que admiramos. Além disso, nunca sabemos quando um jogo que compramos por impulso pode se tornar um dos nossos favoritos.
Eu mesmo já tive gratas surpresas ao dar uma chance para jogos que comprei em promoções e que estavam esquecidos na minha biblioteca. “Stardew Valley”, por exemplo, foi um desses jogos. Comprei durante uma Summer Sale, sem muita expectativa, e acabei me viciando completamente. Hoje, é um dos meus jogos favoritos de todos os tempos.
Afinal, os usuários do Steam são mesmo “marinheiros bêbados que gastam dinheiro de maneira irresponsável”? Talvez a comparação seja um pouco exagerada. É verdade que muitos gamers compram jogos compulsivamente, mas isso não significa que eles estejam desperdiçando dinheiro. Para muitos, a compra de jogos é um investimento em diversão, entretenimento e experiências interativas.
O importante é encontrar um equilíbrio entre a vontade de comprar novos jogos e a capacidade de aproveitá-los. Definir prioridades, organizar a biblioteca e reservar um tempo para jogar são algumas dicas para evitar que a “pilha da vergonha” se torne um fardo. E, quem sabe, dar uma chance para aqueles jogos esquecidos na biblioteca pode render ótimas surpresas.
